A magia de Rosa Caveira

Foi na calunga que um boato se espalhou

Uma mulher da morte retornou

“Numa caverna na estalagem das almas, perdida vagava me perguntando onde estava. Uma moça pegou minha mão, disse que precisava me apresentar a alguém, seu vestido pintado pelo meio me chamou atenção.
Ela ajeitou a rosa no cabelo, olhou para mim e disse que a melhor parte de estar morta era poder dar risada, e gargalhou na minha cara.
A mão de esqueleto que me segurava, guiava-me pela escuridão com passos de dança entre os mortos.”

Acordei nesse dia com o nome Rosa Caveira claro na minha mente, um pouco confusa porque nunca tinha tido qualquer tipo de envolvimento com Exus na época, mas não havia dúvidas de que tinha sonhado com uma pomba gira e que ela tinha se apresentado. Meu conhecimento sobre esses espíritos não passava de um grande respeito, que me fazia não me aventurar no campo da espiritualidade brasileira por receio de desrespeitar essas entidades. Mas após esse sonho, foi como se a minha memória fizesse questão de reviver cada momento da minha infância em que fiquei impressionada com as histórias de envolvimento com a macumba da minha família.

Percebi que guardava com muito carinho cada informação colhida quando criança das conversas entre minha mãe, tia e avó. Fascinada, ouvia elas contando sobre o que tinham pedido em busca de proteção e cura, bisbilhotava com curiosidade os objetos abençoados que elas traziam dos centros que protegeriam nossa família. Tudo era muito fantástico e misterioso sobre essas histórias, e a boneca dada por um espírito era o objeto de atenção mais disputado entre mim e minhas irmãs.

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